Quando Prejudicamos as Entidades
QUANDO PREJUDICAMOS AS ENTIDADES DE UMBANDA?
Mãe
Iassan Ayporê Pery
Sacerdotisa
de Umbanda
Dirigente
do Centro Espiritualista Caboclo Pery
Vivemos
falando em “Orai e Vigiai” sempre com o sentido de nos
protegermos de nós mesmos e principalmente de nos defendermos das
artimanhas das forças trevosas. Hoje, entretanto, estarei falando
sobre a importância do “Orai e Vigiai” com relação às
entidades, guias, protetores e guardiões de Umbanda, sobre o quanto
os prejudicamos e atrapalhamos quando esquecemos dessa máxima, do
quanto contraímos de karma quando ao prejudicá-los estamos
contraindo, não somente com eles (que tudo perdoam), mas com as
pessoas encarnadas que eles estariam orientando e ajudando se não
tivéssemos falhado, assim como também, dos desencarnados carentes
de orientação ou disciplina.
Estudemos,
pois algumas situações.
1.
Quando nos dirigimos ao
terreiro “sujos”.
O
que é um servidor de Umbanda sujo?
Não
se iludam achando que é somente o servidor que não tomou o banho de
erva ou o banho comum mesmo. Conheço muito servidor que está com os
“banhos em dia”, mas que sempre transmite uma aura suja, ou seja,
impregnada de sentimentos profanos. Por “sentimentos profanos”
entenda-se: ciúme, inveja, prepotência, arrogância, idolatria,
avareza, indisciplina, indolência, etc. Tudo isso não tem banho de
erva que tire.
2.
Quando durante a gira de
atendimento deixamos o
nosso mental ser impregnado por pensamentos torpes, profanos ou pouco
elevados. Como por exemplo:
2.1.
Ficar observando o comportamento do irmão de fé, sem que em momento
algum isso seja para conversar com ele depois da gira para orientá-lo
ou ajuda-lo a se corrigir, mas sim para simplesmente julgar ou entrar
em rodas de conversas para criticar, zombar e rir.
2.2.
Observar o comportamento
dos consulentes na hora da consulta sem ser com o objetivo de
orientá-lo sobre a disciplina da Casa, ou sobre o entendimento do
que esteja sendo dito pela entidade, mas, novamente, simplesmente
julgar ou entrar em rodas de conversas para criticar, zombar e rir.
2.3.
Quando, enquanto médium de
incorporação e de consulta nos recusamos a “dar passagem”
porque estamos tão preocupados com nossas mazelas que achamos que
não estamos em condições emocionais ou físicas... Falsa
humildade! Egoísmo! Que tal deixar para a entidade decidir se
estamos ou não em condições? Se realmente estivermos sem condições
a própria entidade dará apenas a sua irradiação e benção. Mas
não! Insistimos em saber mais do que elas! Além do mais esquecemos
também quantas vezes aprendemos nas consultas e quantas vezes um
consulente está passando por um problema semelhante aos nossos e
somos indiretamente orientados.
2.4.
Quantas vezes durante a
consulta, por não “irmos com a cara” do consulente, interferimos
na consulta, vibrando antipatia, atrapalhando a incorporação, ao
ponto, muitas vezes, da entidade ter que encaminhar o consulente para
outra entidade, ou ainda, ser obrigado a terminar logo a consulta?
Somos sempre os certos, né?
2.5.
Desejar sexualmente um (a)
irmão (ã) de fé ou consulente. Você esquece que a galera lá de
cima ta vendo tudo? Você esquece que a entidade que você está
cambonando sente ou percebe? Você esquece que a entidade que você
está incorporada simplesmente desincorpora? Que vergonha! Que
absurdo!
3.
Toda vez que temos uma
atitude incoerente ou incompatível com o fato de sermos umbandistas,
nós prejudicamos não somente as entidades, mas a própria Umbanda.
Como por exemplo: sujar reino da natureza, desrespeitar uma pessoa,
trair o nosso cônjuge, nos omitirmos diante de uma injustiça,
silenciarmos diante de uma calúnia, etc.
Eu
poderia escrever páginas e mais páginas a respeito do quanto
prejudicamos as entidades de Umbanda quando nos esquecemos do “Orai
e Vigiai”, mas será que adiantaria? Será que você leria até o
fim? Porque orientação de não ingerir bebida alcoólica e não
fazer sexo 24 horas antes das sessões a grande maioria segue, mas do
que adianta seguir alguns preceitos disciplinares se nosso coração
ou mental está preocupado com a “balada” que está marcada para
depois da gira? Pensando só no choppinho que vai tomar, na pessoa
que vai paquerar ou “ganhar”? Você sinceramente acha que será
um servidor decente se estiver com isso na cabeça?
Enquanto
sacerdotisa de Umbanda, eu prefiro um médium que tenha feito sexo na
véspera da sessão, mas que seu sentimento esteja voltado para o
servir e para a caridade no dia da gira, do que um que não faça
sexo há um ano, mas esteja cheio de rancor ou inveja dentro do seu
coração. Não sejamos hipócritas! A espiritualidade tudo vê e não
cabe a você julgar o outro! Se o cara fez sexo na véspera da sessão
com a esposa dele, porque ficou viajando um mês inteiro e estava
morrendo de saudades... Esse sexo é até salutar! Pois imagina como
ele estaria na gira? Só pensando na hora de ir embora pra poder
“matar a saudade”. E é você quem vai julgar isso? Ou é a
entidade?
Orai
e Vigiai sim! Sempre! Mas só adianta se você tiver uma coisa
chamada consciência! A consciência de que quem realmente faz a
Umbanda são as entidades.
A
consciência de que se você não estiver “prestando” pra
trabalhar quem decide é a entidade.
A
consciência do que é ser umbandista.
A
consciência de que quem faz a caridade é a entidade, guia,
protetor, guardião. Médium resgata karma!
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