A mediunidade nossa de todo dia



Por muito tempo acreditou-se que para ser médium bastava ter o “dom”, estar disponível para entidade no local e hora que ela precisasse se comunicar, aceitar a condição, doar algumas horas, dias, entregar a oferenda ao Orixá e pronto, estou me doando a caridade. Minha entidade chegará, fará tudo que precisa, não importando como estou ou se estou equilibrado, o que ando fazendo ou mesmo o que sei a respeito do mundo em que vivo e do mundo espiritual.
Pode ser que lá no princípio, onde havia muito a se trazer para a humanidade sobre as religiões que se manifestam por meio das incorporações dos espíritos, fosse preciso quase anular o ser do médium naquele momento e fazer prevalecer o estar da entidade.
Mas nada que vem do Astral é em vão, tudo vem de lá para nossa evolução enquanto espíritos eternos.
A cada dia ouvimos mais e mais nos terreiros, seja pelas entidades ou por sérios dirigentes o quanto é importante cuidarmos das ações, sendo vigilantes com pensamentos, atos e as palavras, buscando estudar o mundo espiritual, as falanges de trabalho, os mecanismos da vida, percebendo como as coisas acontecem e se desenham ao nosso redor.
A entidade não espera que sejamos um veículo desgovernado onde ela pega a direção e assume o controle, ao contrário.
Ela precisa que o veículo, nós médiuns, sejamos cuidadosos e não percamos a vistoria diária que assegura que tudo está em ordem, que façamos nossa constante inspeção, para saber se tudo está funcionando em harmonia.
A espiritualidade precisa de um veículo que é abastecido de um excelente combustível, onde filtros funcionem bem, deixando entrar apenas o que nos fará acelerar e frear na medida certa sempre que preciso for, fazendo de nossa mediunidade um carro potente e silencioso.
Dessa forma, não tem jeito, acabou o tempo onde minhas horas, minha faculdade mediúnica e minhas oferendas são suficientes.
Não querido irmão, não são suficientes!
Tudo isso é especial e fundamental, porém deve vir acompanhado de estudo, observação, equilíbrio, segurança, fé, controle, entrega, amor, respeito, cautela, silêncio e perguntas.
As entidades sempre estenderão a mão para nós, usarão dos mecanismos da vida para nos ensinar, mas na consulta prestada ao necessitado, ela espera e precisa que tenhamos um grande depósito de conhecimentos, bons sentimentos, e acima de tudo equilíbrio.

A mediunidade independente da razão pela qual ela foi entregue a você, a mim, a todos nós, deve ser cuidada e tratada como uma joia que deve ser lapidada todos os dias, a todo momento, onde cada bom passo fará ela brilhar podendo assim irradiar luz na vida de quem precisa, nas mãos do Astral e no nosso caminho.

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