Obaluaê - 16 de Agosto


Omulu, Obaluaê, Abaluaiê, Xapanã, são alguns dos nomes pelos quais este Orixá é conhecido. É irmão de Oxalá, santo da vida e da morte, da doença e da cura. Aparece sempre coberto com um manto de palha chamado xaraô que lhe cobre o corpo coberto por cicatrizes da varíola.
É o Orixá das doenças transmissíveis e o seu nome não deve ser invocado em vão.
Omulu e Obaluaê são o mesmo Orixá, sendo Obaluaê representado pelo Orixá novo e Omulu pelo Orixá velho.
É o Orixá médico que protege e cura aos que o procuram com fé.
Obaluaê é muito mais do que já o descreveram, ele é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne.
É sincretizado com São Lázaro.

O seu dia da semana é a segunda-feira, sua saudação é Atotô Obaluaê!
O seu domínio é a Calunga pequena (cemitério) 


LENDA

Omulu nasceu de Nanã Buruque, aleijado. Conforme mandava a tradição, deveria ser jogado no mar, pois as crianças defeituosas não eram da terra e sim do povo das águas. Nanã, mortificada pela dor, assim fez. Enrolou seu filho e o deixou à beira do mar para que ele fosse levado. A criança foi atacada por caranguejos e peixes que o morderam inteiro deixando seu pequeno corpo em carne viva.
Iemanjá que todos os dias fazia sua ronda pelo mar encontrou a criaturinha e apiedada do pequeno ser recolheu-o e tratou de suas feridas, criando o menino com carinho e amor de verdadeira mãe. Ao atingir a idade adulta, revoltado com sua mãe verdadeira e ressentido com a adotiva que não conseguira eliminar as cicatrizes que carregava pelo corpo, partiu pelo mundo para tentar a vida e esquecer suas dores e problemas.
Omulu andou de cidade em cidade, passando por muitas dificuldades, chegando a pedir esmola, mas até isso a ele era negado. Todos tinham medo de sua aparência. Refugiou-se então nas matas e passou a viver de folhas, raízes e frutos. Nesse período machucou-se muito nos espinhos e foi atacado impiedosamente por mosquitos, o que fez suas cicatrizes reabrirem e tornarem-se imensas chagas. Um dia ao acordar de madrugada, sentiu que o cachorro que o acompanhava, lambia suas feridas abertas. Ao mesmo tempo ouviu uma voz que lhe dizia claramente: “É hora, vá salvar a terra!”. Omulu levantou-se e viu que suas chagas estavam todas cicatrizadas e ao seu lado havia várias cabacinhas contendo muitos remédios. Trançou, então, um manto de palha e se cobriu, pegou as cabaças, agradeceu a Olorum e partiu.
Chegando a uma cidade, a mesma encontrava-se aterrorizada com uma peste que matava milhares de pessoas. Os corpos já se amontoavam pelas ruas, pois não havia como enterrar tantos mortos. Ao avistarem aquele homem coberto de palha, andando vagarosamente, todos correram até ele, pois o adivinho já os havia alertado que a cura viria por meio de um homem assim trajado. Omulu pediu-lhes calma e pôs-se a trabalhar. Curou a todos, expulsou a peste da cidade e foi tido como herói, o grande médico dos pobres, Obaluaê, o rei e senhor da terra.

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